Por: Matheus H.
Amados irmãos em Cristo Jesus,
Paz e bem!
Hoje vamos refletir sobre a Quaresma, este tempo de 40
dias em que adentramos ao deserto com o Senhor.
A CNBB (Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil) vem nos dizer que “cantar a Quaresma é, antes de tudo, cantar
a dor que se sente pelo pecado do mundo, que, em todos os tempos e de tantas
maneiras, crucifica os filhos de Deus e prolonga, assim, a Paixão de Cristo”.
Neste sentido, a Liturgia do tempo
quaresmal é de uma riqueza muito profunda, quando bem celebrada e bem vivida em
nossas comunidades, pelas equipes de liturgia e nós, músicos, em nossos corais,
bandas e ministérios.
Embora a Liturgia dos anos A, B e
C proponha-nos os mesmos Evangelhos nos dois primeiros domingos da Quaresma, o
itinerário a ser percorrido é diferente, e neste ano A, somos convidados a
viver a temática do Batismo.
Antes de refletirmos sobre a
música na Quaresma, permitam-me, de maneira bem sucinta, discorrer sobre os
Evangelhos nos cinco finais de semana.
No 1º Domingo o Senhor nos
convida a adentrarmos ao deserto e lá vencermos as tentações. No 2º Domingo
ouvimos o Pai dizer: “Eis meu Filho muito amado no qual eu pus todo o meu
agrado”. É o domingo da Transfiguração. No 3º Domingo, estamos diante do poço
de Sicar e da Samaritana, e com ela pedimos: “Senhor, dai-nos de beber”. No 4º
Domingo contemplamos a cura do cego de nascença. No 5º Domingo somos convidados
a ressuscitar com Lázaro para uma vida nova.
A Constituição Sacrosanctum
Concilium nos diz, no nº. 112 que “a tradição musical da Igreja é um tesouro de
inestimável valor, que excede todas as outras expressões de arte, sobretudo
porque o canto sagrado, intimamente unido com o texto, constitui parte
necessária ou integrante da Liturgia solene”, por isso que achei viável, antes
de tudo, perpassarmos os olhos sobre o Evangelho de cada final de semana.
Agora, munidos da Palavra de Deus
podemos caminhar e tornar nosso repertório para a Quaresma ainda mais
Mistagógico, ou seja, torná-lo ponte que nos leva ao Mistério celebrado, como
continua a Constituição S.C. também no nº. 112: “A música sacra será tanto mais
santa quanto mais intimamente unida estiver à ação litúrgica, quer como
expressão delicada da oração, quer como fator de comunhão, quer como elemento
de maior solenidade nas funções sagradas”.
As músicas utilizadas em nossas
celebrações quaresmais devem ter um caráter sóbrio. Os instrumentos, neste
tempo devem sustentar o canto, prevalecendo ainda mais o cantar da assembleia.
Em alguns cursos que frequentei era-nos proposto utilizar somente o
órgão. Porém, penso que podemos
utilizar todos os nossos instrumentos desde que não caiamos no pecado do
exagero como muitos caem. Quaresma não é Páscoa, logo não podemos “fazer festa”,
pois estamos em um retiro espiritual com o Senhor, já que Ele nos convidou no
1º Domingo a fazermos a experiência do deserto. A festa virá com a
Ressurreição.
Omitimos o Glória até a Missa da
Ceia do Senhor, quando celebramos a instituição do Sacramento da Ordem e da
Eucaristia. O Aleluia voltará a ser cantado apenas no Sábado Santo, anunciando,
assim, a Ressurreição do Senhor.
Nas celebrações quaresmais,
optemos por rezar o Ato Penitencial e o Santo. Cultivemos, pelo menos na
Quaresma, a prática do silêncio. Não cantemos nada após a Comunhão. Deixemos
nossos corações em silêncio.
Adélia Prado, grande poetisa
brasileira, disse em uma entrevista que tem algumas celebrações que a gente sai
da Igreja com vontade de procurar um lugar para rezar. Nós só podemos ouvir
depois que nos calamos. E na Quaresma, o calar para ouvir é ainda mais forte. A
atitude de silêncio deve prevalecer em nossas celebrações.
Que possamos viver este tempo
litúrgico em profunda reflexão. Morramos para o pecado e, com Cristo, renasçamos
para a vida nova.
Muito importante sabermos de tudo que se expressa na liturgia Obrigada por ler palavras claras e com Espiritualidade! Parabéns DEUS ABENÇOEI
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