Por Messias Freire
A Quaresma termina na Semana Santa sendo chamada assim, porque nela celebramos os períodos mais importantes da nossa salvação: “Deus amou o mundo, que
lhe deu seu Filho único... Tendo amado os seus, amou-os até o fim.” (Jo 3,16;13,1).
Na conjuntura
da celebração da Semana Santa temos o Tríduo Pascal. A Instrução Geral
sobre o Missal Romano nos ensina que: "O Cristo realizou a obra da
redenção humana e da perfeita glorificação de Deus, principalmente pelo seu
Mistério Pascal, quando, morrendo, destruiu a nossa morte e, ressuscitando,
renovou a vida, o sagrado Tríduo Pascal da Paixão e Ressurreição do Senhor
resplandece como o ápice de todo o ano litúrgico. Portanto, a solenidade
da Páscoa goza no ano litúrgico a mesma culminância do domingo em relação à
semana" (IGMR, p. 110).
Temos na Quinta-Feira Santa dois momentos
expressivos nas celebrações. As Dioceses, pela manhã ou em outro momento e dia
adequados durante a Semana Santa, efetivar-se a Missa da Unidade com os Santos
Óleos onde relembramos o sacerdócio ministerial e agradecemos a vida e a missão
dos presbíteros. E, com uma nuança de alegria, no final da tarde solenizamos a
Ceia do Senhor - o Amor maior, o Mandamento Novo e Paixão de Jesus,
o Lava-Pés e a Eucaristia, que nos dá lições de partilha, pois nela o
Jesus Cristo se doa como alimento, nos dando o pão da vida eterna. Nesta
celebração voltamos a cantar o Glória, após quarenta dias, destacamos à
procissão dos dons através do Pão e Vinho e prepararamos um espaço celebrativo
aconchegante. Ao encerrar a missa advém o translado do Santíssimo, para um
local preparado à Vigília Eucarística, onde cantamos a canção "Tão Sublime
Sacramento", não nos esquecendo do desnudamento do altar e a saída do povo
em silêncio.
Na celebração
da Sexta-Feira Santa
centralizamos a Santa Cruz, contemplamos o mistério da cruz, não exaltando o
sofrimento, mas, mostrando o amor apaixonante de Deus, sendo três os
sentimentos que fervem de nosso coração: a gratidão, o compromisso e o
seguimento. É dia que proclamamos a Paixão do Senhor, que escutamos na
Liturgia da Palavra e realizamos em preces por toda a humanidade. Esse dia é de
silêncio, de pesar, de jejum, da temperança que se desponta na celebração,
iniciando-a sem o canto e com a adoração a Santa Cruz.
No Sábado Santo, é o dia de viver a
ausência do Cristo, constituindo um dia de recolhimento, meditação, ponderação,
reflexão e permanência da Igreja unido ao sepulcro, à espera da Ressurreição do
Senhor. No período noturno é o tempo da magnífica Vigília Pascal, que é a mãe
de todas as vigílias. Onde deve ser estruturada teologicamente como a Memória
que são os acontecimentos passados que relembramos na rica Liturgia da
Palavra, percorrendo a História da Salvação; a Presença do
Senhor está presente no Círio Pascal que é aceso no fogo novo, a Luz de Cristo
exposta e a proclamação jubilosa da feliz noite através do Exulte; como Expectativa de
um mundo novo que há de surgir pela renovação das promessas batismais e na
solene Eucaristia, de forma que faz ocorrer a memória da Páscoa de Jesus
embalada com a volta dos Aleluias, de cantos festivos, do "Glória",
de alegres aclamações e vivas que são entoados nesse dia.
E por fim,
o Domingo da Ressurreição,
a Páscoa do Senhor, a confirmação do retorno do nosso Rei Jesus. Páscoa que
significa "Deus que passa" - (Ex. 12 e Dt. 16) e em seu
Filho Jesus, temos o Redentor que nos liberta e promove a vida. Neste
esplendido domingo entoamos hinos ao Cristo Ressuscitado, onde podemos citar,
na Sequência entoada logo após a segunda leitura, durante a Liturgia da
Palavra. Os cantos no Tempo da Páscoa anuncia a vida que se renova no Amor,
podemos ver isso expresso já no canto inicial com o canto Manhã de Luz ou Novo
Sol brilhou, onde exalta o retorno do Senhor, trazendo novamente a esperança de
amor, paz e alegrias:
“Nasceu o sol, lindo arrebol, manhã de luz,
porque Jesus venceu a morte, nos deu uma nova vida, Jesus ressuscitou!”
“Novo sol brilhou, a vida superou
sofrimento, dor e morte, tudo enfim.
Nosso olhar se abriu, Deus mesmo se incumbiu de tomar-nos pela mão assim. “
Nosso olhar se abriu, Deus mesmo se incumbiu de tomar-nos pela mão assim. “
O Tempo Pascal abrange os cinquenta
dias entre o Domingo da Ressurreição, sete semanas de festa, contendo a
Ascensão do Senhor e Pentecostes, onde celebramos a vinda do Espírito Santo, o
enorme Dom do Ressuscitado! A semana que precede Pentecostes é consagrada à
Oração pela união dos Cristãos. Os domingos deste tempo retratam o experimento
que os apóstolos tiveram com o Ressuscitado. A primeira leitura dos domingos
deste tempo será retirada sempre dos Atos dos Apóstolos, onde se medita a
história da Igreja nascente. As canções precisam manifestar alegria, exultação,
fervor, como se fossem um só dia festivo, um grande domino. É tempo de
jubilarmos, manifestado através da cor branca, flores, luzes, no Círio sempre
aceso, nos instrumentos e nos cantos, realçados no Glória e no exultante
Aleluia, harmonizados ao Senhor Ressuscitado, vivo e glorioso.
Neste tempo
que Maria, Àquela que se doou e que soube se calar e ouvir, a Estrela da
Evangelização Pascal, nos torne persistente, inabaláveis na fé e faça de nós,
atuantes nas pastorais litúrgicas e da música, pessoas com ânimo, para que
nossas celebrações e nossos cantos levem a todos um verdadeiro encontro com o
Ressuscitado, nos propiciando uma dinâmica de Amor, onde poderemos
construir uma civilização mais justa,
mais humana e feliz!
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